LTF (Liberação Tecidual Funcional) é um conceito de tratamento manual específico para fibroses e aderências que respeita os princípios da mecanobiologia e neurofisiologia dos tecidos cicatriciais para prevenir fibroses (pós-operatório imediato) e para tratar fibroses (pós-operatório tardio).
Sobretudo, a mobilização precoce dos tecidos em cicatrização previne e trata fibroses e aderências pela estimulação da síntese de proteoglicanos. A tensão mecânica promove a deposição ordenada das fibras de colágeno e lubrifica o tecido conjuntivo.
A intensidade do estiramento deve ser proporcional à resistência que o tecido oferece. Se o tecido está mais aderido, o estiramento é mais intenso, se o tecido ainda não está tão rígido, o estiramento será mais suave. Não se deve utilizar nenhum tipo de veículo para executar as manobras.
Geralmente, sua utilização ideal de forma preventiva é a partir do quinto dia de pós-operatório de duas a três vezes por semana durante a fase de reparo (30 a 40 dias), associada ao não a outros recursos terapêuticos, a depender da avaliação funcional realizada previamente.
Contudo, deve-se empregar a mão espalmada e manter o estiramento por alguns segundos, repetindo-se o movimento. Todas as direções devem ser trabalhadas, respeitando as restrições cicatriciais.
Trata-se de uma terapia indicada para o tratamento de tecidos cicatriciais, principalmente fibroses e aderências, sendo hoje uma das terapias mais efetivas para esta finalidade.
Sua aplicação é realizada de 1 a 2 vezes por semana, de acordo com cada caso.
A indicação principal da LTF é em cirurgias plásticas, onde os tecidos sofrem um trauma, que evolui com a formação de tecido com estrutura alterada que necessita ser reorganizada para que se obtenham resultados estéticos e funcionais.
A cirurgia plástica é um recurso amplamente utilizado na medicina, tanto na parte estética como na reconstrutora e está cada vez mais acessível, principalmente para fins estéticos. Mesmo com as técnicas inovadoras, a cirurgia plástica provoca extenso trauma tecidual, que quando não é bem acompanhado, resulta em insatisfação do paciente e do cirurgião.
As fibroses e aderências são intercorrências agravantes em cirurgia plástica, mas por falta de conhecimento ou mesmo por abordagens errôneas nem sempre se oferece a conduta adequada no pós-operatório, levando a insatisfação do paciente, do cirurgião e do profissional responsável pelo tratamento e todos acabam por aceitar as fibroses como “normais” após uma intervenção cirúrgica ou até em optar pela retirada destes tecidos através de nova cirurgia, o que reinicia todo o processo.
Vale lembrar que a estrutura do tecido cicatricial é formada por deposição principalmente de colágeno e tratamentos que tenham seu efeito fisiológico em incentivar a síntese de colágeno, na verdade estarão formando ainda mais tecido cicatricial, produzindo ainda mais fibroses.
O tratamento adequado se dá através da organização do tecido, sem provocar a síntese, para estimular respostas adaptativas do organismo, conduzindo ao processo de cura e devolução da mobilidade e funcionalidade, alcançando assim, o resultado estético esperado. Uma vez que o cirurgião e o paciente percebam os resultados de um tratamento adequado, a fisioterapia torna-se praticamente obrigatória e assim, um complemento indispensável para o sucesso da cirurgia.
O uso de tape, talas e cintas também auxilia no processo. Contudo, a compressão correta aumenta a degradação do tecido em excesso (fibroses), aproxima pele e músculo para diminuir o espaço de deposição de fibroses e melhora a absorção do edema (inchaço) e hematomas.
E cuidado! Pois, o tratamento de fibroses com massagens agressivas é contraindicado, porque forma ainda mais tecido cicatricial ao intensificar as lesões.
Aparelhos estéticos como ultrassom, carboxiterapia e radiofrequência também são contraindicados. Afinal, eles podem estimular a síntese de colágeno, que já ocorre de forma exagerada nessa situação. Assim, pioram as fibroses e retardam a recuperação.
Em conclusão, converse com seu cirurgião plástica sobre as possibilidades deste tratamento para o seu caso após a cirurgia plástica. E lembre-se que, é muito importante escolher o profissional correto, ou seja, qualificado para que não haja nenhum problema.
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Dra. Beatriz Benevides
Cirurgiã Plástica em Belo Horizonte
CRM:22870